sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O MOVIMENTO SOCIAL DA CIBERCULTURA

LEVY, Pierre. Cibercultura; Sao Paulo; Ed. 34; 1999; 264 p.( cap. VII ).

R E S U M O

(...)" a emergência do ciberespaço é fruto de um verdadeiro movimento social, com seu grupo líder ( a juventude metropolitana escolarizada ), suas palavras de ordem (interconexão, criação de comunidades virtuais, inteligência coletiva) e suas aspirações coerentes.
(...) Aqueles que fizeram crescer o ciberespaço são em maioria anônimos, amadores dedicados a melhorar constantemente as ferramentas de softwere de comunicação, e não os grandes nomes, chefes de governo, dirigentes de grandes companhias cuja mídia nos satura. (...) a Internet é um dos mais fantásticos exemplos de construção cooperativa internacional, a expressão técnica de um movimento que começou por baixo, constantemente alimentado por uma multiplicidade de iniciativas locais. (...) Junto ao crescimento das taxas de transmissão, a tendência à interconexão provoca uma mutação na física da comunicação: passamos das noções de canal e de rede a uma sensação de espaço envolvente. (...) A cibercultura aponta para uma civilização da telepresença generalizada. 
(...) o desenvolvimento das comunidades virtuais se apóia na interconexão (...) é construída sobre afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projetos mútuos, em um processo de cooperação ou troca, tudo isso independentemente das proximidades geográficas e das filiações institucionais.
(...) A vida de uma comunidade virtual raramente transcorre sem conflitos, que podem exprimir-se de forma bastante brutal nas contendas oratórias entre membros ou nas  flames durante as quais diversos membros "incendiam" aquele ou aquela que tenha infringido as regras morais d9 grupo. (...) As manipulações e enganações sempre são possíveis nas comunidades virtuais, assim como o são em qualquer outro lugar: na televisão, nos jornais impressos,no telefone, pelo vorreio, ou em qualquer reunião "em carne e osso". (...) O desenvolvimento das comunidades virtuais acompanha, em geral, contatos e interações de todos os tipos. A imagem do indivíduo "isolado em frente à sua tela" é muito mais próxima do fantasma do que da pesquisa sociológica. Na realidade, os assinantes da Internet (estudantes, pesquisadores, universitários, executivos sempre em deslocamento, trabalhadores intelectuais independentes etc.) provavelmente viajam mais do que a média da população. (...)  o apetite para as comunidades virtuais encontra um ideal de relação humana desterritorializada, transversal, livre. As comunidades virtuais são os motores, os atores, a vida diversa e surpreendente do universal por contato.
Um grupo humano qualquer só se interessa em constituir-se como comunidade virtual para aproximar-se do ideal do coletivo inteligente, mais imaginativo, mais rápido, mais capaz de aprender e de inventar do que um coletivo inteligentemente gerenciado. O ciberespaço talvez não seja mais do que o indispensável desvio técnico para atingir a inteligência coletiva. 
(...) O ciberespaço surge como a ferramenta de organização de comunidades e de todos os tamanhos em coletivos inteligentes, mas também como o instrumento que permite aos coletivos inteligentes articularem-se entre si. Deste ponto em diante, são as mesmas ferramentas materiais e de softwere que suportam a política interna e a política externa da inteligência coletiva: Internet e Intranet".
















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